A IMPORTÂNCIA DA ESCRITA
O trabalho de escrever é árduo. Um texto para cativar o público precisa, primeiramente, abordar um assunto que desperte a atenção do leitor; por isso, a escolha do tema é muito importante.
Em segundo lugar, o texto deve estar bem escrito, ortográfica e gramaticalmente. E, além disso, deve atingir as expectativas do leitor, fazendo com que ele crie um vínculo com suas ideias e abordagens.
Outra característica necessária é ser coeso e coerente. Isto é, um texto coeso é aquele que apresenta associação consistente entre seus elementos formadores. Dessa forma, vemos que a coesão é a costura entre uma ideia e outra dentro do texto, é ela quem estabelece as relações entre as informações apresentadas e elencadas. Ao passo que a coerência é a ligação desses elementos textuais. Nós percebemos logo quando um texto não é coerente, pois ele não conclui as ideias apresentadas e as ligações entre as palavras são prejudicadas, dificultando a compreensão da mensagem.
Assim, percebemos que para a construção de um texto não bastam apenas algumas ideias, é preciso cuidado na escolha do assunto, do vocabulário e na construção das frases.
Atualmente, com as facilidades da internet, muitas pessoas estão se valendo da “arte de escrever”, pois, em um momento em que é necessário se destacar, a escrita vem proporcionando visibilidade a muitos profissionais. Porém, é necessário um olhar mais atento a essa ferramenta de marketing, pois o seu texto pode falar muito sobre você e, principalmente, pode contribuir com uma má impressão profissional se você não tomar alguns cuidados, tais como:
Revisão: um texto que apresenta erros ortográficos ou mesmo de digitação denota falta de atenção, cuidado e é ponto negativo para seu currículo profissional.
Certifique-se de ter escolhido as palavras corretas dentro do contexto abordado.
Lembre-se, a função da escrita é comunicar, levar sua ideia e seu pensamento ao leitor; assim, seu texto deve ser claro e objetivo, levando a informação de uma forma que esclareça e não que cause dúvidas, sendo coerente e coeso.
Portanto, se você quer se destacar, gerar boa visibilidade e transmitir a imagem de um profissional competente, aprimore-se, atualize-se, esteja sempre em constante evolução e não descuide de seus textos.
Paula Pilastri
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA
Pesquisas do mundo todo mostram que a criança que lê e tem contato com a literatura desde cedo, principalmente se for com o acompanhamento dos pais, é beneficiada em diversos sentidos: ela aprende melhor, pronuncia melhor as palavras e se comunica melhor de forma geral. "Por meio da leitura, a criança desenvolve a criatividade, a imaginação e adquire cultura, conhecimentos e valores", diz Márcia Tim, professora de literatura do Colégio Augusto Laranja, de São Paulo (SP).
A leitura frequente ajuda a criar familiaridade com o mundo da escrita. A proximidade com o mundo da escrita, por sua vez, facilita a alfabetização e ajuda em todas as disciplinas, já que o principal suporte para o aprendizado na escola é o livro didático. Ler também é importante porque ajuda a fixar a grafia correta das palavras.
Quem é acostumado à leitura desde bebezinho se torna muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida. Isso quer dizer que o contato com os livros pode mudar o futuro dos seus filhos. Parece exagero? Nos Estados Unidos, por exemplo, a Fundação Nacional de Leitura Infantil (National Children's Reading Foundation) garante que, para a criança de 0 a 5 anos, cada ano ouvindo historinhas e folheando livros equivale a 50 mil dólares a mais na sua futura renda.
Desenvolve o repertório: ler é um ato valioso para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional. É uma forma de ter acesso às informações e, com elas, buscar melhorias para você e para o mundo.
Liga o senso crítico na tomada: livros, inclusive os romances, nos ajudam a entender o mundo e nós mesmos.
Amplia o nosso conhecimento geral: além de ser envolvente, a leitura expande nossas referências e nossa capacidade de comunicação.
Aumenta o vocabulário: graças aos livros, descobrimos novas palavras e novos usos para as que já conhecemos
Estimula a criatividade: ler é fundamental para soltar a imaginação. Por meio dos livros, criamos lugares, personagens, histórias
Emociona e causa impacto: quem já se sentiu triste (ou feliz) ao fim de um romance sabe o poder que um bom livro tem.
Muda sua vida: quem lê desde cedo está muito mais preparado para os estudos, para o trabalho e para a vida.
Facilita a escrita: ler é um hábito que se reflete no domínio da escrita. Ou seja, quem lê mais escreve melhor.
O que é erro de gramática na Língua Portuguesa
Uma exposição sobre os diferentes tipos de erros gramaticais
Prof. Leo Ricino*
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Há alguns bons anos, venho refletindo muito sobre o conceito de erro gramatical. Acho que muitas vezes alguns “erros” por aí apregoados não passam de maneiras diferentes de empregar a língua.
Num artigo, eu disse que nada é tão democrático quanto a língua. Mas… como toda democracia, ela requer sacrifícios e concessões no seu emprego. Democracia não é fazer o que se quer, mas sim o que é possível fazer, com respeito aos demais. O mesmo se pode dizer da língua: não se pode usá-la de qualquer jeito, mas sim de acordo com certo padrão.
Que padrão é esse? Quem estabeleceu esse padrão? Por que esse padrão e não outro padrão? Muitas perguntas, mas basta uma resposta. Temos de garantir à língua sua função primordial: promover a comunicação e, com ela, garantir a inteligibilidade das mensagens. Ora, para isso, é preciso usar um padrão linguístico que garanta a universalização de entendimento dentro da língua. Esse padrão é conhecido como normaculta e é usado pelos meios de comunicação, pelos livros não literários e literários, pelas pessoas de boa formação cultural... Basicamente, a norma-padrão ou culta é conhecida e reconhecida. É a ensinada nas escolas ou, pelo menos, deveria ser. A escola deve partir da língua usada pelos seus alunos e ensinar-lhes a norma-culta. Senão, a escola para nada serve, pois todas as disciplinas e todo o repertório do homem são consolidados pela língua-padrão. Empregar a língua culta amplia a possibilidade de ascensão social.
Se aceitássemos como padrão os vários regionalismos e mesmo dialetos, acabaríamos por formar outras línguas. O latim vulgar nos deu exemplo disso e transformou-se em várias línguas, incluindo a nossa. Talvez aqui possamos ampliar o conceito de poliglota. Deixa de ser só aquele que fala várias línguas para incluir também aquele que consegue pelo menos compreender e falar razoavelmente os vários regionalismos e dialetos de sua própria língua.
ERRO DE ORTOGRAFIA Bem, voltemos aos erros de português. A língua portuguesa é etimológica, ou seja, as palavras são escritas de acordo com sua origem. Assim, não existe, por exemplo, “octagésimo” em português, porque a forma “octogésimo” já veio assim do latim octogesimu. Escrevemos “justiça” porque o “t” latino, em determinadas situações e a partir de algum momento, transformou-se em “ç” em português: justitia > justiça; petitio/onis > petição: locutio/onis > locução, etc. Portanto, sendo nossa língua etimológica e assim consagrada nos oito países que a têm como oficial, escrever de forma que fuja à origem é um erro de português. Não dá para aceitar uma “caza” assim, com “z”, porque não era assim no latim. Ou “análize” porque veio do latim análusis. Erro de ortografia é, portanto, um erro gramatical e linguístico. |
Atualmente, após o recente Acordo Ortográfico, a língua portuguesa passou a ter 26 letras. Mas o número de fonemas e das diferentes entoações é maior (só com as vogais, por exemplo, temos 12 fonemas). É exatamente por essa diferença numérica que fomos obrigados a criar recursos auxiliares na representação gráfica dos fonemas e entoações. Por isso surgiram os sinais diacríticos ou notações léxicas (til, cedilha, acentos agudo, grave e circunflexo, hífen, trema e apóstrofo) e os dígrafos, esses também para adaptação ortoépica. A acentuação gráfica é, por isso, uma necessidade da escrita para representar corretamente a pronúncia das palavras. É evidente que “medico” é diferente de “médico” e, na fala, isso não apresenta qualquer dificuldade. Mas como representar as duas pronúncias na escrita? Aí entra o acento gráfico colocado sobre o acento tônico da palavra representada: médico. “Amássemos” e “amassemos” não apresentam complicação na fala, mas apresentariam na escrita, mesmo sendo verbos diferentes, se não contássemos com o recurso do acento gráfico. Idem com “amara” e “amará”, “pôde” e “pode” etc. Diante do exposto, já se percebe a imprescindibilidade do uso dos acentos gráficos para a escrita. Portanto, erro de acentuação gráfica também é erro gramatical. |
ERROS DE CONCORDÂNCIA Seis das dez classes de palavras da nossa língua são variáveis, flexíveis. Essas flexões ocorrem para atender sintaticamente à concordância entre elas. Como já afirmei em artigo numa edição anterior desta revista, metaforicamente, podemos afirmar que há entre as classes de palavras dois fortes feudos, um tendo como senhor o substantivo, que domina quatro vassalos: o adjetivo, o artigo, o numeral e o pronome. Esses vassalos, absolutamente obedientes e servis, se flexionam para concordar com seu senhor e rei, o substantivo, em gênero (masculino, feminino e até neutro) e número (singular e plural). A esse fenômeno se dá o nome de concordância nominal. Outro senhor na morfologia é o verbo, que tem um súdito seu: o advérbio. No entanto, quando passamos para a sintaxe, o verbo vira vassalo obediente do seu sujeito, totalmente subserviente a ele (deixemos de lado aqui a velhíssima discussão sobre quem é mais importante: o sujeito ou o predicado). Aí o verbo concorda com seu sujeito (sua pessoa reta, que sempre pode ser representada pelos pronomes pessoais retos) em número (singular e plural) e pessoa (1ª, 2ª e 3ª). A esse fato se dá o nome de concordância verbal. Outro senhor na morfologia é o verbo, que tem um súdito seu: o advérbio. No entanto, quando passamos para a sintaxe, o verbo vira vassalo obediente do seu sujeito, totalmente subserviente a ele (deixemos de lado aqui a velhíssima discussão sobre quem é mais importante: o sujeito ou o predicado). Aí o verbo concorda com seu sujeito (sua pessoa reta, que sempre pode ser representada pelos pronomes pessoais retos) em número (singular e plural) e pessoa (1ª, 2ª e 3ª). A esse fato se dá o nome de concordância verbal. Por causa do fenômeno da concordância é que não podemos aceitar frases como a dita por uma repórter do tempo numa rádio de São Paulo: “... isso porque o nível dos córregos e rios continuam bastante elevados.” (Rádio Jovem Pan, 21/12/09). O verbo deveria estar no singular porque seu sujeito é “o nível dos córregos e rios”, cujo núcleo é a palavra “nível”. E o “elevados” também deveria concordar com “nível” e passar para o singular. Também é errada a frase dita por outro repórter de outra rádio de São Paulo: “O pensamento dos Estados Unidos sobre combustíveis fósseis, aquecimento global e mudanças climáticas começam a mudar, e o etanol brasileiro foi beneficiado com isso.” (um repórter da Rádio Bandeirantes, janeiro de 2010), visto que o núcleo do sujeito é “O pensamento”, com o qual o verbo “começar” deveria concordar. No singular, portanto. Para falar de concordância, precisaríamos, no entanto, de um artigo exclusivo. Mas... erro de concordância é, sem dúvida, erro gramatical. |
ERROS?
Bem, até aqui vimos casos de erros mesmo, gramaticais ou de comunicação. Mas... seria erro em português colocar o “o” antes do “que” numa frase interrogativa, como afirmam peremptoriamente alguns gramáticos? Estaria errada a frase “O que esses mestres esperam de nós?” só porque aparece o “O” antes do pronome interrogativo? Vamos ver a opinião de consagrados mestres da língua portuguesa e depois tiraremos nossa conclusão.
• Vitório Bergo, no seu “Erros e Dúvidas de Linguagem”, Livraria Editora Freitas Bastos, Rio de Janeiro e São Paulo, 1941, página 179, diz que “Em frases interrogativas, justifica-se às vezes aquele o antes do que; mas também é certo que ele se dispensa em todas elas”.
• Domingos Paschoal Cegalla, no seu “Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa”, Editora Nova Fronteira, São Paulo, 2001, página 298, diz que “Em frases interrogativas, é lícito antepor ao que o artigo o, como partícula de realce”. Dá três exemplos e acrescenta: “A partícula o, neste caso, imprime à interrogação mais vigor e harmonia”.
• Napoleão Mendes de Almeida, no seu “Dicionário de Questões Vernáculas”, Editora Caminho Suave Ltda., São Paulo, 1981, páginas 256/7, diz: “Com função pronominal, o pronome que não deve vir precedido de o no início de uma interrogação; o certo é perguntar: Que quer você? Que há? Que é que você está pensando? Mas que querem eles? (e não: O que quer você?) etc.”
• Zélio dos Santos Jota, no seu “Glossário de Dificuldades Sintáticas”, Editora Fundo de Cultura, 2ª edição, Rio de Janeiro, 1965, página 210, é, talvez, o mais enfático, ao dizer: “Já está consagrado o emprego do o em interrogações. Que o dispense quem quiser. Aliás, a maioria dos fatos da língua escapa à rigidez das regras gramaticais” (grifo nosso).
E aqui poderíamos ficar transcrevendo as várias opiniões, como a de Aires da Matta Machado Filho, que aceita o oantes do que, mas diz ser deselegante; Vasco Botelho do Amaral é favorável ao uso do o; Silveira Bueno não só é favorável como também condena os contrários e aponta vários exemplos de autores consagrados, baseando-se em Rui Barbosa (contrário) e Ernesto Carneiro Ribeiro (favorável); Evanildo Bechara aceita o emprego de o que; Rocha Lima também; Celso Cunha e Lindley Cintra aceitam e dão exemplos, destacando que o emprego do o que dá mais ênfase à interrogação, e, finalmente, Said Ali cita como pronomes interrogativos, dentre outros, o que ou o que, equivalentes de “que coisa”.
Então podemos agora perguntar: O que querem os gramáticos que afirmam que tal emprego é errado? Não se pode falar em erro de português quando há tanta divergência entre excelentes autores e cultores da língua.